Voto Consciente é apresentado em Aldeia Indígena
Depois de abrir as portas para atender a centenas de crianças e adolescentes, o Tribunal Regional Eleitoral (TRE-MT) expandiu o Programa Voto Consciente para fora de sua sede. O Programa foi criado em 2011, por meio da Escola Judiciária Eleitoral, com objetivo de desenvolver formação crítica dos jovens e estimular a participação política e democrática no processo eleitoral. Este ano, o projeto ganhou um novo público. Ele foi apresentado na aldeia Diauarum, no Xingu, com orientações sobre cidadania, direitos do eleitor e distribuição de camisetas estimulando a conscientização na hora de escolher o candidato.
Após visitar a aldeia Diauarum em 2012, para confecção de títulos de eleitores para os indígenas, Pedro Paulo de Campos, servidor do TRE, teve a ideia de promover a conscientização dos eleitores das tribos no Xingu que iriam participar das eleições pela primeira vez aquele ano. A iniciativa foi colocada em prática neste pleito, de 2014, e deu tão certo que os membros da aldeia já pediram um novo mutirão para a realização de novos títulos e o aumento de eleitores para 2016. “Esse tipo de ação é muito importante, a conscientização do indígena de que o voto dele tem a mesma importância do que de qualquer outro cidadão do estado. Também explicamos que ele não precisa divulgar o candidato e nem obedecer ao cacique”, explica Pedro Paulo que diz ainda que pretende levar o projeto para outras etnias nos próximos anos.
Na aldeia Diauarum, todos os 35 eleitores, entre homens e mulheres, votaram com a camiseta do voto consciente, disponibilizada pela Escola Judiciária do TRE. Renata Servilha Lima, chefe de cartório da 15ª ZE de São Félix do Araguaia, declarou que a eleição na aldeia aconteceu de forma democrática e sigilosa “A votação ocorreu dentro da normalidade aqui na aldeia. Em várias etnias, temos relatos de caciques que influenciam o voto, mas nossos mesários transcreveram em ata que foi tudo tranquilo. Todos votaram pela manhã, entraram sozinhos na cabine e não sofreram nenhum tipo de pressão. Meio dia já não tinha mais ninguém para votar aí esperamos até as cinco para encerrar o procedimento sem nenhum problema”.
Votação na Aldeia
O deslocamento da equipe que participou do pleito eleitoral na aldeia Diauarum foi de avião, que levou até ao local os mesários, membros da Polícia Federal, servidores da Justiça Eleitoral e técnico de satélite. No local, trabalharam dois mesários de São Félix do Araguaia e dois mesários indígenas, que são professores na própria aldeia. A Funai de Canarana também participou de todo o procedimento. A votação na aldeia do Xingu é de responsabilidade da 15ª ZE de São Félix do Araguaia e abrange eleitores da etnia Kayabi – Maitare, Awasiu, Kuaywu, Awakatu, Juporajup e Ropti . Em Mato Grosso, o número de eleitores indígenas aptos a votarem é de 8.846 eleitores distribuídos em 32 locais de votação.