Servidores do TRE escrevem crônicas e relatam histórias engraçadas da Justiça Eleitoral

Sede fachada da Justiça Eleitoral TRE-MT
Projeto Contando histórias reúne uma série de crônicas escritas pelos próprios servidores

Um projeto inédito da Coordenadoria de Educação e Desenvolvimento do Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso reúne uma série de crônicas escritas pelos próprios servidores, que de forma lúdica resgatam parte importante da história da Justiça Eleitoral neste Estado. Trata-se do projeto “Contando Histórias”, pelo qual os servidores enviaram textos relatando momentos inusitados vivenciados durante o período eleitoral. Extrai-se desses relatos o esforço dos servidores para vencer todos os obstáculos e fazer acontecer, no dia e horário marcados, a festa da democracia.

O vencedor do projeto será anunciado na segunda-feira, dia do servidor público. Segundo a Coordenadora Isabela Néspoli, o projeto terá continuidade nos próximos anos até que se tenha número suficiente para a publicação de um livro de crônicas, tendo como autores os servidores participantes.

De acordo Isabela Néspoli, a ação tem como objetivo proporcionar momentos de descontração e integração entre os servidores, de modo a despertar a participação coletiva e o sentimento de inclusão, fazendo com que se sintam partícipes nos projetos direcionados a estimular melhor qualidade de vida no trabalho. 

As crônicas desta primeira edição do projeto trazem histórias das mais variadas, que vão desde “saia justa” em aldeias indígenas e tragédias nacionais que impactaram na eleição em Mato Grosso, imprevistos causados pela chuva, até mal entendido cômico entre os servidores. Veja abaixo alguns dos relatos:

 

O que mulher faz não vale, diz índio

Uma servidora relatou que foi trabalhar em uma aldeia indígena no dia da eleição. Eram três atendentes, dois homens e uma mulher. Para agilizar o atendimento, pediram aos indígenas que organizassem filas em frente aos atendentes. Os indígenas formaram duas enormes filas, em frente aos atendentes homens. A atendente mulher, sem ninguém para atender, questionou o motivo pelo qual só se formaram duas filas. Foi então que um dos professores da aldeia disse: “Para eles, o que mulher faz não vale, só o que homem faz”. 

 

O acidente com o avião da Gol e o maior custo por eleitor: R$ 1 mil

Outra crônica registra o maior custo por eleitor da história do Brasil: R$ 1 mil reais por eleitor que compareceu para votar. Aconteceu na terra indígena Capoto-Jarinã, nas eleições gerais de 2006.

O Boeing 737-800 da companhia brasileira Gol Transportes Aéreos havia sofrido um choque com um jato executivo Embraer Legacy 600. Os destroços do avião foram encontrados às 9 horas do dia seguinte, sábado, 30 de setembro, véspera das eleições, na terra indígena Capoto-Jarinã. Naquela madrugada um bimotor partiria do aeroporto Marechal Rondon, em Várzea Grande, para levar à aldeia carregamento de pessoas e materiais para as eleições do dia seguinte. Contudo, ao solicitar autorização de decolagem, os pilotos foram informados que o espaço aéreo na região onde o avião pousaria estava fechado devido à presença de aeronaves que procuravam os destroços do avião da Gol.

Após contatos com o controle do tráfego aéreo e depois de obter autorização da FAB em Brasília, o avião locado pelo TRE pôde seguir viagem com algumas alterações na rota, gerando custo adicional para a Justiça Eleitoral. Após imenso esforço e gastos para garantir o voto daqueles indígenas, a equipe da Justiça Eleitoral constatou que os índios haviam se embrenhado na mata para auxiliar na busca pelos destroços do avião da Gol. No dia da eleição houve grande índice de abstenção (somente quatro índios compareceram para votar) e um custo de R$ 1 mil reais por eleitor que efetivamente votou naquela seção eleitoral.

 

Manda um cabo, urgente!

Em 1996, quando a sede do TRE ficava próximo à avenida Tenente Coronel Duarte (Prainha), os servidores da Justiça Eleitoral montaram na pracinha próxima ao Tribunal algumas urnas para ensinar a população a votar, visto que o voto eletrônico era novidade em Cuiabá.

Naqueles dias haviam sido registradas nas ruas da Capital manifestações da população contra o governo. Os servidores chegaram na praça, em meio ao burburinho dos transeuntes que protestavam contra o governo, e começaram a montar os equipamentos.

Perceberam então que faltava um cabo de força para ligar o equipamento que haviam levado. Pelo rádio, solicitaram à sede do TRE o envio do cabo para solucionar o problema. Devido ao barulho que atrapalhou a compreensão da mensagem, e já assustados com as recentes  manifestações, os servidores que estavam na sede encaminharam imediatamente o cabo PM Adão, chamado carinhosamente de “Cabadão”, que se apresentou imediatamente para o serviço na praça, para espanto dos técnicos que montavam as urnas.

 

O senhor conhece e-mail?, pergunta o índio para o juiz

Durante os atos preparatórios para as eleições 2010 um juiz vai até a região do Xingu a fim de checar se havia condições de instalar ali uma nova seção eleitoral. Após inúmeras tratativas, marcou-se uma reunião entre o juiz eleitoral e os caciques dos povos indígenas envolvidos. A reunião seria no gabinete do magistrado, para levantar o número de eleitores que seriam beneficiados com a instalação da seção eleitoral.

Conversa vai, conversa vem, o magistrado questionou a um dos caciques como seria o contato entre eles, já que o lugar era bastante isolado. Eis que veio a resposta: “E-mail. O senhor conhece e-mail? Manda e-mail para aldeia que aldeia responde!”.

 

Servidora desesperada resgata urnas que boiavam na água  

Era início de setembro de 2010 e caía uma chuva torrencial, quando uma servidora do Norte do Estado chegou ao cartório eleitoral, que funcionava no prédio do Fórum da Justiça Comum.

O telhado da sala do Tribunal do Júri havia desabado e a água invadira todo o local. Desesperada, a servidora se deparou com as urnas eletrônicas boiando na água e começou uma desesperada operação para tentar salvar os equipamentos. Com a ajuda de outro servidor, empilhou cinco caixas de urnas e começou a rezar para que o fato não impedisse a realização das eleições, que se dariam a menos de um mês. Resultado: a votação em uma aldeia indígena a 300 quilômetros dali teve que ser realizada em urna de lona.

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