Justiça eleitoral realiza ‘Diálogos da Cidadania’ na aldeia Umutina

O ineditismo da ação foi o ponto mais valorizado pelo cacique Umutina, Lucimar Calomezoré. “Essa foi a primeira vez o TRE realizou um evento em nossa aldeia".

Dialogo com Indigenas

A cidadania dos povos indígenas, assim como sua participação no sistema político brasileiro, foi o tema do ‘Diálogos da Cidadania’, organizado pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE-MT). O evento foi realizado nesta quinta-feira (27) na aldeia Umutina, município de Barra do Bugres, e contou com a participação de caciques representantes de outras aldeias da região, do Ministério Público, da Fundação Nacional do Índio, e Universidade Federal de Mato Grosso.    

“É fundamental aos dirigentes dos órgãos públicos visitarem as aldeias indígenas e conhecerem a realidade destas populações. A Justiça Eleitoral esteve presente reforçando a necessidade dos indígenas participarem das eleições, não apenas como eleitores, mas que se envolvam e se candidatem, que tenham sabedoria na hora de escolher os políticos, que este realmente tenham compromisso com a pauta indígena, que denunciem situações ilegais que possam acontecer nas aldeias”, destacou a juíza Federal membro do pleno do TRE, Vanessa Curti Perenha Gasques.

Para o procurador da República, Ricardo Pael Ardenghi, titular do Ofício de Populações Indígenas e Comunidades Tradicionais, o envolvimento dos povos indígenas é fundamental para sua sobrevivência. “A estratégia mudou no Congresso Nacional. Eles não querem mais mudar a legislação indígena como se fazia antes. Agora a retirada de direitos acontece pelo enfraquecimento das instituições que representa a pauta indígena, pelo corte orçamentário e e falta de funcionários, como é o caso da Funai. Recebemos no Ministério Público situações muito preocupantes, como a construção de usinas hidrelétricas sem a consulta dos povos indígenas detentores da terra ou afetados. A população indígena tem que se organizar ainda mais politicamente, e o momento é agora”.

O ineditismo da ação foi o ponto mais valorizado pelo cacique Umutina, Lucimar Calomezoré. “Essa foi a primeira vez o TRE realizou um evento em nossa aldeia. Temos muitos jovens que nunca votaram e não estão dando a devida importância para a política. Este evento reforçou o que temos falado para nosso povo, ondes muito não queriam nem votar. Tenho certeza que trouxe preocupação para todos, e agora eles vão querer ouvir melhor os políticos”.

Esta é a mesma preocupação do cacique da aldeia Uapo, Dionísio Apadonepa. “Os jovens não têm a consciência do voto. Apesar de sermos caciques, os jovens não nos escutam sobre a importância da participação na política. O fato das autoridades virem até a comunidade mostra pra eles que o assunto é sério. Tudo que nós consumimos gera imposto, como o combustível, os alimentos, fazemos nossas compras na cidade. E é através da política que este dinheiro pode voltar”.

Cultura

Os umutinas fizeram uma apresentação de dança tradicional para saudar a comitiva da Justiça Eleitoral. Na outra ponta, o TRE-MT apresentou a canção Somos Nação, que destaca a participação popular na construção do país e no sentimento de cidadania. A apresentação foi feita pelo maestro da UFMT e responsável pela música, Fabrício de Carvalho. “A cultura é uma elemento transformador. A musica somos nação faz uma reflexão sobre democracia, ela emociona e possibilita a maior reflexão. Tenho certeza que este encontro fará parte da história de Mato Grosso”.

Matéria Daniel Dino

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